Uma das etapas mais importantes do trabalho de alguns profissionais autônomos é a visita técnica. É o momento em que ele levanta os dados pra criar o seu orçamento. Pra um eletricista, por exemplo, ela é crucial: é nessa hora em que os dados sobre o serviço e o local em que a instalação será feita são pegos. Mas vale a pena cobrar a visita técnica?
Justamente por exigir custos de deslocamento, tempo e até mesmo um trabalho inicial, muitos profissionais cobram por suas visitas técnicas e o levantamento do orçamento. Mas o que a legislação brasileira diz sobre o tema? Qual a melhor forma de lidar com a cobrança de visitas técnicas? Continue a leitura para descobrir!
O que a lei diz sobre cobrar a visita técnica?
A legislação brasileira sobre o tema não informa diretamente se profissionais autônomos podem ou não cobrar a visita técnica. O Código de Defesa do Consumidor, por exemplo, trata a medida da seguinte forma:
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas:
[...]
VI — executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores entre as partes.
[...]
Art. 40. O fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao consumidor orçamento prévio discriminando o valor da mão-de-obra, dos materiais e equipamentos a serem empregados, as condições de pagamento, bem como as datas de início e término dos serviços.
Em outras palavras, a lei que protege os consumidores não lista de maneira clara se é permitido ou não cobrar a visita técnica. O que o CDC exige é que o consumidor saiba, antes que os serviços sejam executados, de todos os valores de maneira detalhada, com o apoio de um orçamento claro e objetivo.
Algumas entidades e órgãos de defesa do consumidor consideram que cobrar a visita técnica é algo abusivo. Esse é o caso do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, o Idec que, ao falar sobre o tema, diz que:
"A rigor isso não pode ser feito: receber o orçamento é um direito do consumidor. No entanto, em alguns casos a cobrança de um valor razoável é admitida — por exemplo, quando há necessidade de deslocamento do fornecedor ou do produto a ser consertado, ou quando o equipamento precisa ser desmontado”.
Mas devemos considerar sempre que a justiça brasileira entende que qualquer procedimento que não está expressamente proibido pela legislação é liberado. Ou seja, até que exista uma lei que proíba diretamente o profissional autônomo de cobrar a visita técnica, essa atitude tá liberada.
Qual a melhor estratégia para definir se as visitas técnicas serão cobradas ou não?
Se a legislação não é clara sobre a validade de se cobrar ou não por uma visita técnica, como agir? Em poucas palavras, a melhor estratégia sempre será a transparência: antes de realizar o levantamento dos dados necessários para montar o seu orçamento, avise ao seu cliente ou parceiro comercial como é a sua postura em relação ao assunto.
Deixar claro logo no começo da relação com o cliente se há cobrança pela visita técnica é algo que beneficiará a todos. O cliente saberá exatamente o quanto está pagando pela visita técnica e poderá avaliar se os custos estão dentro do que ele considera um valor ideal.
Já o profissional autônomo pode evitar prejuízos. Em vez de se dirigir até o cliente, criar um orçamento e só então saber que o serviço não será contratado (sem receber algo pela visita técnica), ele terá a certeza de que parte das suas atividades serão remuneradas.
Há alguns profissionais que optam por abater o valor da visita técnica no preço total do serviço quando eles são contratados. Essa é uma escolha que beneficia o cliente e dá a ele um incentivo a mais pra contratar o profissional autônomo.
Pense da seguinte forma: enquanto a visita técnica é realizada, o cliente poderá conhecer melhor o profissional, saber mais detalhes sobre como o seu serviço é prestado e ter mais certeza de que as suas demandas serão solucionadas.
Vale, também, avaliar o que os outros profissionais da sua área realizam nesses casos. Entre em contato com outras pessoas que também trabalham no seu ramo, identifique o que eles pensam sobre cobrar a visita técnica e, a partir disso, avalie se é o caso de cobrar ou não pelos seus orçamentos.
Como um bom app pode ajudar você a definir se haverá ou não cobrança pelas visitas técnicas?
A tecnologia está ajudando prestadores de serviço em todo o planeta. Com o apoio de ferramentas como aplicativos, quem trabalha como profissional autônomo consegue ter mais flexibilidade no seu dia a dia.
A computação na nuvem, por exemplo, é fundamental pra quem busca mais mobilidade, ou seja, mais facilidade de ser eficiente em qualquer lugar. Graças a ela, um eletricista pode, por exemplo, visualizar, criar, editar e compartilhar documentos em qualquer local rapidamente. Se há dúvidas sobre os dados de um manual técnico, é só acessar na nuvem em instantes pra evitar algum erro. Prático, não?
Além disso, você pode utilizar ferramentas como a Agenda Boa pra gerar orçamentos diretamente no seu celular ou tablet. Uma vez que o cliente listar os seus problemas e uma análise básica for feita, é possível registrar todos os serviços que serão prestados, os custos diretos e indiretos e qualquer outro dado importante.
Assim que estiver pronto, o orçamento pode ser compartilhado por e-mail ou WhatsApp. Isso torna a prestação de serviços muito mais conveniente pro cliente: quando a visita técnica for realizada, ele terá acesso instantâneo ao orçamento e poderá tomar uma decisão que esteja dentro do seu orçamento.
O trabalho de um empreendedor de sucesso envolve vários fatores. Manter uma ampla carteira de clientes dependerá de pontos como os custos do serviço, a sua capacidade de captar novos clientes e o que é feito pra mantê-los fidelizados. Também é importante que você esteja pronto pra mensurar corretamente o seu público-alvo e a melhor forma de estruturar os seus serviços.
Além de todos esses fatores, a busca por rotinas mais flexíveis e um atendimento transparente devem sempre estar entre as suas principais preocupações. Você precisa garantir que o seu cliente conheça todos os detalhes do serviço, o que inclui os custos indiretos, além de decidir se vai cobrar pela visita técnica. Assim, seus clientes ficarão satisfeitos e serão fidelizados.
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